Sobre o po
Os partidos, sobretudo os partidos maioritários, estão dominados por carreiristas que apenas olham aos interesses pessoais e, através destes, para os ungidos do dinheiro donde lhes escorrem as benesses pelos favores prestados. A política, como arte administrativa da vida humana e consolidação do progresso, não tem registo nas suas memórias nem lhes estimula as batidas cardíacas em ânsias de trabalho. Esperar desta gente entrega ao bem comum é o mesmo que esperar de um grupo de hienas esfaimadas que deixem pastar em paz um luzidio e gordo veado à sua volta. A natureza predadora destes fura-vidas obriga-os a meter o dente em tudo o que é carne viva. É o instinto indomável e indomesticável. É a natureza selvagem em toda a sua glória bravia. Alguns destes exemplares dão excelentes animais de circo (atente-se nalguns nomes que fazem o êxito de bilheteira dos media), o resto da manada constitui a fauna política típica desta mata dos confins da Europa. Estas razões, que outras acrescem para nossa desgraça, são suficientes para bradar aos céus:
- Partidos, puta que os pariu!
Eis-nos chegados ao ponto nevrálgico da questão colocada pelo emérito comentador do post, que disse: “Por isso, caso isto dê para o torto, (constituição da Junta de Freamunde) peço a todos Freamundense que pensem seriamente em constituir uma lista independente, porque ninguém mais vai acreditar em partidos!”
O último post da “Revolta dos Capões” intitulado “Independência” e ao qual se seguiu um silêncio que gostaríamos de ver interrompido o mais breve possível, aborda este assunto com dezenas de comentários, alguns bastante inflamados. A primeira série deste blogue também publicou um post intitulado “Junta Independente de Freamunde” com propostas públicas para a formação de uma lista concorrente às eleições autárquicas de Outubro e uma Declaração de Princípios, substância para a sua acção e regras de conduta e objectivos. Se não deu efeito imediato poderá ser a semente de um processo cívico a desencadear atempadamente para lhe garantir o sucesso, se acaso houver freamundenses que lhe dêem corpo e pensamento.
Entretanto, é necessário muito cuidado, pois o letreiro de independência, só por si, não dá qualquer garantia, em caso de vitória da lista independente, da constituição de uma Junta democrática. A este propósito, citamos a “Revolta dos Capões”: “Recordo-me da última lista independente que surgiu (e venceu!) em Freamunde. E, de repente, o entusiasmo passa-me...”
Não há, de facto, uma cultura de independência política, porque a sociedade ainda permanece numa situação de grandes disparidades sociais. A luta de classes é uma terrível realidade do dia-a-dia. Há uma luta de interesses económicos e sociais que desvirtuam as boas intenções de todos os lados relativamente ao rumo do progresso da terra. Apesar desta enorme contrariedade, é possível juntar gente diversa com honestidade moral e porte cívico de amplitude comunitária para fundir em projecto de todos os freamundenses a transformação da povoação que somos em cidade.
Não é fácil.
Exige bastante cérebro e muito mais coração. O sentimento é o sangue que irriga as ideias. Acreditamos que há sentimento suficiente, em Freamunde, para alimentar as melhores ideias de desenvolvimento urbano. Basta libertá-lo das amarras que o prendem ao paredão do medo, lhe imobilizam os movimentos e lhe sufocam a audácia.
A velha rádio “Inovasom”, que o saudoso Fernando Santos, seu colaborador, que partiu desta vida sem o nosso acordo, não interpretou o nome como neologismo e escreveu um delicioso artigo no “FREDEMUNDUS” a portugalizar, gramaticar e ironizar a sua grafia, mereceu dois comentários saudosistas, um deles a prometer voltar ao assunto em breve. Oxalá que sim. Para tão meritória tarefa oferecemos todos os quilómetros quadrados de espaço que necessite. A coluna esquerda do blogue inicia-se com o nosso endereço de email. Se quiser postar já sabe para onde enviar. Se não quiser, o albergue espanhol dos comentários acolhe tudo e mais alguma coisa. As portas estão escancaradas de dia e de noite. Aliás, as nossas portas não têm fechaduras. Somos Freamunde livre nas ideias e no trânsito das opiniões. Aqui a GNR não aplica multas. O trânsito das opiniões faz-se à direita e à esquerda, à vontade de cada um e sem limite de velocidade. Quem gostar de opinar que opine, sobretudo com a língua que é o órgão com maior aptidão opinativa.
Freamunde Livre
Começo este comentário por dizer: eu não alinho em partidos, contudo acredito que há pessoas de muito valor em todos os partidos, mas o facto de estarem nesses partidos faz deles reféns de ideais e de influências que são às vezes contrários às necessidades do povo. Portugal necessita, como disse há umas semanas no meu blog, de pessoas que não percebam nada politica e de partidos, pessoas livres, que possam agir em conformidade com as necessidades e valores. Mas infelizmente a nossa democracia facilita a vida ao partidários, e dificulta o acesso aos apartidários! Freamunde, a minha terra de sempre, vive em sobressalto político desde que se soube os resultados das eleições legislativas, e acredito sinceramente que caso não existissem partidos, talvez já se tivessem entendido! Querer o melhor para Freamunde não pode ser factor desagregador, mas sempre de união! Reconheço que este discurso soa um pouco a utopia, mas se não sonharmos com a perfeição, nunca alcançaremos uma realidade melhor. Sei perfeitamente que não sou dono da verdade, e que muitas vezes sou possuidor de engano e de erro, mas o evoluir da sociedade faz-me sentir que todo o sistema democrático tem o seu futuro nas pessoas que não sabem politicar. E não digo isto procurando para mim algum beneficio futuro, porque primeiro não tenho o dom da palavra e segundo porque não tenho alma de líder, mas acredito que como eu, existem muitas outras pessoas que não acreditam em partidos, e outras que estando em partidos irão perceber que estes não espelham a sua alma, e destas pessoas irão sair os novos lideres, os lideres da integridade!
ResponderEliminarNasceu:
ResponderEliminarhttp://4590freamunde.blogspot.com/
e com ele nasce uma nova dimensão de Freamunde!
Viva Freamunde!