07 maio, 2011

A solução está na rua






Ao povo, quando tramado pelos políticos, resta-lhe a solução de rua em manifestações de protesto e, na etapa seguinte, o derrube, pela força, dos usurpadores do poder.

A situação autárquica de Freamunde, a aproximar-se rapidamente do meio do mandato sem junta constituída e sem vislumbres de que tal venha a acontecer, esgotou o tempo de concertação e iniciativa partidária para a sua constituição. Nesta circunstância, só o protesto público de rua poderá atemorizar os responsáveis pela sua obstrução.

Quem são eles?

Partidos: PSD e CDU. Estas são as forças políticas responsáveis pela inexistência de junta em Freamunde.

O PSD quer o poder de qualquer maneira e não olha a meios para tal. Esta conduta é coerente com um partido que tem por regra principal o interesse próprio. As condições sociais e autárquicas de Freamunde não contam, o que conta são os interesses partidários e sua clientela. Vistas as coisas sem a distorção das lentes demagógicas, é assim que está a acontecer. Não há violação da regra partidária pelo lado do PSD. Tratam do seu estômago com os requintes máximos da mesa e os outros que comam caldo de saramagos. Por este lado, Freamunde fica sem junta até ao fim do mandato.

Relativamente à CDU, apresenta preocupantes sintomas de Alzheimer. Esqueceu-se de si própria e confunde-se com o adversário. Não diz coisa com coisa, não sabe onde está, nem para onde ir. Uma tragédia. Reclama-se da esquerda marxista e prontificou-se a viabilizar o poder à direita. Uns tempos depois, recuperou cinco por cento de lucidez e veio dizer que a solução para Freamunde são eleições intercalares. O azar foi não ter recuperado aí uns quarenta por cento, que lhe teriam permitido perceber que a sua proposta era imediatamente exequível se demitisse os dois elementos da sua lista ainda em funções, portanto, não demitidos. Por este lado, tudo depende da evolução da doença.

Eleitos: José Maria Taipa, Maria do Carmo Correia, Judite Gomes. São estas pessoas, consideradas individualmente, as responsáveis pelo arrastamento de uma situação autárquica altamente lesiva para Freamunde. José Maria Taipa esqueceu-se completamente de convocar assembleias de freguesia para esgotar todas as possibilidades de constituição da junta. Senilidade não é, o que será?

O gesto “patriótico” da demissão é totalmente inadequado aos seus movimentos corporais. Conclui-se que por aqui, o mandato vai até ao fim, tal como veio do princípio até este momento.

Maria do Carmo Correia não se demite nem explica aos freamundenses as razões da sua pertinácia na lista contra a vontade da esmagadora maioria dos seus companheiros. É necessário que tenha consciência de que a sua responsabilidade no impasse autárquico de Freamunde é exactamente igual à do José Maria Taipa. Se está pressionada por um, ou pelos dois lados partidários, hipótese que a sua conduta levanta, a cidadania deve sobrepor-se a esses interesses, porque é um valor superior ao partidário, agora mais que nunca, com os partidos emparceirados contra os interesses populares. Se é decisão pessoal, a justificação é obrigatória em democracia. Freamunde não pode ficar pendurado no seu silêncio. A transparência é inseparável do exercício democrático. Sem transparência não há democracia.

Em resumo, temos PSD e CDU como organizações partidárias e José Maria Taipa, Maria do Carmo Correia e Judite Gomes a dar cabo de Freamunde como nunca ninguém fez até ao momento. Perante este agravo, o povo, todo o povo de Freamunde tem de exigir a demissão desta gente em manifestação pública, em protesto de rua.

Dois partidos e três pessoas a gozar uma cidade de dez mil habitantes é humilhação que nem aos cães se faz!

Será admissível que três habitantes desta terra abusem da boa fé neles depositada nas eleições autárquicas de 2009, pelos freamundenses, para sobreporem os seus interesses partidários e pessoais aos interesses de uma cidade inteira?

Tenham uns resíduos de dignidade e alguma vergonha na cara e demitam-se!

Está visto, há longo tempo, que só as eleições intercalares resolvem o problema autárquico de Freamunde. Quem disser o contrário, ou é ignorante ou está de má-fé. Porque não se demite o trio que está a impedir o normal funcionamento administrativo de Freamunde?

Esta situação vergonhosa obriga a uma decisão urgente que lhe ponha fim. O povo de Freamunde tem de agir. A rua é o seu instrumento de acção. Pode convocar uma manifestação pública, exigindo aos eleitos não demitidos a solução imediata do impasse autárquico ou, em alternativa, correr um abaixo-assinado dirigido ao cabeça de lista do PSD, José Maria Taipa, exigindo a sua demissão ou a convocação de assembleias de freguesia sucessivas até à conclusão do processo. O povo de Freamunde não pode desobrigar-se desta exigência e tarefa.

Em democracia, a solução está sempre nas mãos do povo. Em democracia quem manda é o povo, os eleitos só têm legitimidade quando cumprem a vontade popular, a vontade daqueles que lhes deram o poder em seu nome. Ora, o que está a acontecer em Freamunde, é uma insolência, uma perversão da vontade popular. Não pode haver brandura com gente que perdeu a dignidade pessoal, a cidadania, o sentido comunitário e em cúmulo, trai despudoradamente o voto em si depositado. O progresso da cidade não se faz com gente assim. É urgente arredá-los. Se não saírem a bem, terão de sair a mal.

A solução para Freamunde está na rua. Um amplo movimento de cidadãos em defesa da cidade e da democracia deverá ser implementado, com os freamundenses mais activos, politicamente, a constituírem-se numa comissão organizadora do movimento popular pela restauração do poder autárquico legítimo em Freamunde.

Ou se avança para esta luta, ou se assume a cobardia colectiva. A realização, ou não, deste acto, que consiste na imposição da constituição da junta ou no seu desprezo dará o retrato fiel do povo de Freamunde.

ORM / TP

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