Freamunde...

Freamunde não tem aeroporto;
Freamunde não tem cais marítimo;
Freamunde não tem estação de comboio;
Freamunde não tem um grande rio;
Freamunde não tem vias de longo curso;
Freamunde não tem uma indústria competitiva, diversificada, multitudinária;
Freamunde não tem um comércio com oferta de produtos em variedade, quantidade, actualidade a preços de encher o saco;
Freamunde não tem atracções turísticas;
Freamunde não tem monumentos;
Freamunde não tem um espaço digno para espectáculos musicais, teatro, cinema, dança, etc.;
Freamunde não tem uma biblioteca pública que satisfaça as necessidades mínimas de leitura diversificada e que permita uma procura elementar de dados;
Freamunde não tem, com excepção do futebol, condições básicas para a prática desportiva de carácter social;
Freamunde não tem fábrica de ideias;
Freamunde não tem comunicação social;
Freamunde não tem modernidade cultural em sentido geral e em efeitos práticos no modus vivendi dos seus habitantes;
Freamunde não tem capacidade crítica indutora das transformações necessárias da vila em cidade;
Freamunde não tem projectos de desenvolvimento social e económico;
Freamunde não tem soma de vontades com cérebro e músculo para se transcender em obras paradigmáticas;
Freamunde não tem plano urbanístico e de correcção urbanística dos erros cometidos;
Freamunde não tem Assembleia de Freguesia;
Freamunde não tem Junta de Freguesia;
Freamunde não tem um poder autárquico democrático, humilde, trabalhador, catalisador das ideias, das utopias, do bairrismo, da vontade de fazer, do desejo de acolher, abrir e mostrar a terra a todo o mundo;
Freamunde não tem, hoje, autorização para ser Freamunde, como a lenda diz que foi nos tempos passados;
Freamunde não tem alma. Alguém a vendeu ao Diabo;
Freamunde não tem candeia que o alumie.

Intervalo para tomar café ou um chazinho de cidreira

Freamunde tem o “Sport Clube de Freamunde” , com uma boa escola para os estratos jovens;
Freamunde tem uma Banda que poucas vezes ouve;
Freamunde tem as “Festas Sebastianas” que duram o ano inteiro, repartidas por diversos eventos;
Freamunde tem o “Pedaços de Nós”, complexo cultural em permanente actividade;
Freamunde tem o “Ensemble Vocal” que poucas vezes ouve;
Freamunde tem os Bombeiros para acudir às emergências do meio;
Freamunde tem um conjunto de associações contraditório que vai da actividade normal até às zero actividades;
Freamunde tem a sua área territorial feita em bocados, como cântaro que cai ao chão e não resiste ao impacto;
Freamunde tem necessidade, mais que urgente, de uma Assembleia de Freguesia que trabalhe e debata em prol de Freamunde. Nada que se pareça com o passado;
Freamunde tem necessidade, 100 vezes urgente, de uma Junta nova, com uma dinâmica nova e uma vontade enorme de construir a cidade que não temos. Obviamente, uma Junta de esquerda;
Freamunde tem necessidade de quase tudo, mas, sobretudo, tem necessidade de freamundenses.

Freamunde Livre