As intenções são pertença exclusiva de quem as produz. Umas vezes entendem-se, outras vezes subentendem-se. A fronteira entre as claras e as obscuras é volúvel, flutuante, oscila entre pontos indeterminados. Por vezes, nem o seu dono e autor tem a certeza delas. Foi o que sucedeu com a comissão promotora de Freamunde a concelho: nunca teve certezas do seu trabalho, nem cavou alicerces para a construção de Freamunde.
Mandar para a Assembleia da República o caderno de pretensão de constituição de um concelho novo é um acto que, sem o acto subsequente de liderança política da área aspirante à autonomia administrativa é igual a zero. Como pode uma comissão promover Freamunde a concelho se deixa em mãos alheias, muitas delas inimigas da sua constituição, o trajecto político de Freamunde?
Um trabalho fundamentado e com reais perspectivas de futuro teria transformado a comissão numa associação cívica plural, aberta a todos os freamundenses, uma espécie de partido local que apresentaria uma lista concorrente às eleições autárquicas com o objectivo de conquistar a Junta e transformá-la no principal instrumento da sua luta. O poder autárquico teria, como condição primeira, de estar sob o domínio da comissão, directa ou indirectamente. Nada foi feito nesse sentido e a inutilidade da iniciativa está à vista.
Os ímpetos bairristas, quando muito bairristas, acabam na fossa. Isto, porque nem toda a gente é tão bairrista como diz ou exibe. Os interesses individuais mandam muito nos actos das pessoas e nem sempre os movimentos cívicos têm a pureza dos objectivos propostos. O “eu” é um vírus indestrutível e poucos são os que possuem defesas contra a sua proliferação. Uma causa só vence quando a maioria dos seus lutadores a põem acima de si próprios, direccionando a força colectiva num único sentido. O vigor de uma comissão é a soma de todos os seus membros na consecução dos objectivos previamente propostos e aceites. A convicção dos propósitos é a energia que alimenta a luta até à vitória final. Para nosso azar, a comissão nem se somou a si própria, nem acreditou no projecto. Constatado que assim é, vamos ficar parados?
Se é verdade que acções destas deixam um rasto de descrença e desmobilização, também é verdade que após a devastação vem a reconstrução. Em qualquer dia e a qualquer hora é possível iniciar os trabalhos de renovação. Entre dez mil sobreviventes é impossível não haver, porque vai contra as regras da Natureza, um número de freamundenses capaz de levantar Freamunde. O exemplo das Sebastianas chega e sobra para mostrar que há gente, nesta terra, para trabalhar e fazer obra. Num sentido diferente, num sentido político, também há gente para dar a Freamunde a cidade que não tem.
Se o povo de Freamunde obrigar os antifreamundenses a resolver a presente crise político-autárquica, não faz mais que a sua obrigação. Já o devia ter feito e quanto mais tarde pior, ou será que a Junta não serve para nada?
Se a comissão tivesse feito o que lhe competia, Freamunde não estaria na aberrante situação de agora.
Freamunde Livre
Excelente pergunta, " ou sera que a junta nao serve para nada ? "
ResponderEliminarResposta, NAO, NAO SERVE MESMO PARA NADA.
Nao serve a junta, nao serve o concelho e nao serve a democracia quando os seus actores principais sao GENETICAMENTE IRRESPONSAVEIS,INCOMPETENTES,INIMPUTAVEIS E DESONESTOS.
A.A.C.M.
È uma vergonha o que se está a passar nesta cidade.
ResponderEliminarUma vergonhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Alguém de direito que faça algo pois esta situação não interessa a ninguém.
Abraço