Resumir para concluir

Eleições - Em 11 de Outubro de 2009, realizaram-se as eleições autárquicas com os seguintes resultados em Freamunde: PSD, 1892; PS, 1868; CDU, 441.

Assembleia de freguesia – Em 30 de Outubro, realizou-se a primeira reunião da assembleia de freguesia, logo a seguir à sua instalação, para eleição dos vogais da Junta e mesa da Assembleia. PSD propõe, para a constituição da Junta, 3 PSDs e 2 da oposição. O PS e CDU propõem 2 PSD, 2 PS e 1 CDU. Não há acordo. Todas as votações chumbam. Termina a assembleia de forma pouco democrática, por não terem sido esgotadas todas as possibilidades eleitorais.

Nova assembleia de freguesia – A 29 de Janeiro, efectuou-se outra assembleia de freguesia para eleição dos vogais da Junta e mesa da Assembleia. No tempo de um relâmpago, José Maria Taipa diz à assembleia que os partidos acordaram em fazer conversações para encontrar uma solução para o problema da constituição da Junta. Anuncia nova reunião, 30 dias à frente, para escrutinar o resultado das conversações interpartidárias

Continuação da nova assembleia de freguesia – Em 5 de Março concluiu-se a assembleia de 29 de Janeiro. As conversações foram um fiasco. Pouco ou nada se conversou. Alguns dias antes da reunião, o PS lançou um comunicado acusando o presidente da Junta, José Maria Taipa, de não ter dialogado com os partidos da oposição, como havia ficado acordado em reunião anterior. Em resposta, o PSD diz que “é mentira que alguma vez tenha sido acordado entre as comissões políticas, dos três partidos, que o presidente da junta de Freamunde iria promover qualquer reunião com os restantes eleitos dos diferentes partidos.” A CDU confirma que as conversações iriam ser apenas entre os eleitos de Freamunde, sob a diligência do presidente da Junta. Quem mente e quem fala verdade?

Com diálogo ou sem diálogo, o resultado estava traçado desde o início. É o próprio PSD que o denuncia no seu comunicado de resposta ao PS: “A Comissão Política do PSD sempre deixou bem claro que o pressuposto para um eventual acordo passaria pela presença de dois Vogais do PSD na Junta de Freguesia, em absoluto respeito pelo cumprimento da lei e em sintonia com os pareceres emitidos pelas diversas entidades oficiais.” Sendo assim, verifica-se que a postura da oposição também respeita em absoluto o cumprimento da lei. Quanto aos pareceres, são desconhecidos da maioria da população e valem tanto como a opinião particular de qualquer um de nós.

Nesta troca de acusações, o que é verdadeiramente digno de atenção é o cinismo do PSD ao declarar que o “pressuposto para um eventual acordo passaria pela presença de dois Vogais do PSD na Junta de Freguesia.” Vejamos: o PSD perante o falhanço inicial da sua proposta de 2 vogais seus para a composição da Junta propõe conversações entre os partidos e impõe-lhes, à partida, como condição sine qua non, os mesmos dois vogais para chegar a um acordo.

É por demais evidente a má-fé do PSD.

O despautério desta proposta aconselha à Comissão Política do PSD e ao presidente da Junta de Freamunde uma pausa para descanso e arrumação de ideias antes que a coisa comece a dar para a risota.

Nenhuma assembleia marcada – Consolidado o malogro das assembleias de freguesia para resolver a constituição da Junta de Freamunde, fazemos o favor, ao presidente da Junta, de não conjecturarmos que será sua intenção levar o mandato até ao fim em completo isolamento. Se o povo de Freamunde tal permitir, o Estado terá de arranjar manicómio para seis mil pessoas só desta terra. Se tal fenómeno acontecer, é sinal de que está tudo maluco. Entretanto, se não se constatar, como não se constatou até agora em medições a olho nu, tão elevados níveis de loucura, conclui-se que a situação só tem solução com novas eleições e que o povo, mais dia, menos dia, vai começar a reclamá-las. O PSD tem consciência disto e tem consciência da sua posição fragilizada perante o eleitorado. Na circunstância, opta por chutar a bola para a frente na esperança de ganhar tempo e de meter golo por acaso ou distracção do guarda-redes.

A oposição reage à situação de diferentes maneiras – A primeira reacção do PS foi de recorrer ao Tribunal Administrativo. A seguir optou pelo referendo. Nem um nem outro resolvem o problema. Nenhuma decisão se pode sobrepor à assembleia de freguesia. O desentendimento entre partidos só pode ser resolvido por novas eleições. A CDU, em comunicado distribuído recentemente, foi directa ao centro do problema e exige a demissão do presidente da Junta, José Maria Taipa, para desencadear o processo de novas eleições, considerando ser esta a via mais correcta e mais digna para todos.

Até ao momento, é este o resumo dos acontecimentos na terra herdada dos antigos suevos, gente que nunca se meteu, ao que consta, em tamanhas confusões.

Feito o resumo, tiremos as conclusões – 1º - As eleições são inevitáveis; 2º - As eleições são inevitáveis; 3º - As eleições são inevitáveis. Ponto final, parágrafo.

As eleições são inevitáveis.

Freamunde Livre