02 outubro, 2010

Corre o boato,




com algum fundamento, de que a CDU vai viabilizar uma junta PSD em Freamunde.

Convém esclarecer que não é a CDU de Freamunde que vai viabilizar uma junta da direita mais reaccionária do país. Quem está a esforçar-se, o mais que pode, por esta viabilização é a CDU do Porto, hierarquicamente superior à CDU de Freamunde e que está a impor, com alguma violência, contra a vontade e o sentir dos comunistas freamundenses, uma junta dos defensores do capitalismo, no que ele tem de mais brutal sobre a sociedade humana.

Esta atitude não é possível do ponto de vista marxista. Se acontece, estamos perante um fenómeno de explicação urgente. Saber os motivos que levam uma secção de um partido que luta por uma transformação social que elimine a exploração do homem pelo homem a fazer pactos com o inimigo é obrigatório no momento dos factos. Se os “funcionários” do Partido Comunista, forasteiros nesta terra, se arrogam a condução do processo político autárquico de Freamunde, passando por cima dos velhos militantes locais, da história de Freamunde e do relacionamento social do seu povo, estamos frente a uma intromissão de gente estranha a soldo de interesses adversos ao desenvolvimento local e contrárias ao ideário comunista.

A situação que se está a desenrolar em Freamunde denuncia infiltração de agentes de direita na CDU do Porto, realidade que já vem do passado, como demonstram os péssimos resultados políticos na área da sua acção.

Não cabe nas dimensões da maior cabeça do mundo a ideia do Partido Comunista oferecer em bandeja de prata e vénia reverencial o poder discricionário a um partido de direita. Mas é o que está para acontecer, brevemente, em Freamunde. Cunhal ainda vai renascer das cinzas para fazer justiça.

Segundo o pensamento destes ”funcionários”, dos seus “comandantes” e de um ou dois moços de recados da zona, os comunistas de Freamunde são uns enormes, uns atrasados mentais que não sabem o que fazem e que devem estar às suas ordens para cumprir as tarefas que lhes são impostas. Normalmente tarefas estúpidas e de aniquilamento progressivo do partido. É evidente que este é um trabalho de sapa da direita infiltrada na CDU do Porto e que vai desmoralizar e destroçar o eleitorado comunista de Freamunde.

Uma barbaridade cultural e política.

Freamunde é a única freguesia de Paços de Ferreira com três forças políticas activas. Uma singularidade que patenteia um pensamento político e social sem paralelo no concelho. Isto não cai do céu como a chuva, forma-se ao longo de dezenas e centenas de anos e constitui um património cultural inigualável na região. Só em terras onde o pensamento político está realmente avançado existem grupos humanos e sociais capazes de interpretarem uma alternativa ao capitalismo e perceberem a necessidade imperiosa e de sobrevivência humana que essa alternativa representa. Destruir esta condição é, de facto, uma barbaridade que os comunistas de Freamunde não vão permitir.

O que esses forasteiros do Porto estão a fazer a Freamunde é de gravidade extrema e devem ser convidados a rodar cento e oitenta graus e regressar à origem e nunca mais voltar. Há exemplos no passado deste tipo de gente: Zita Seabra e outros mais. As infiltrações de direita são possíveis e os dirigentes máximos do Partido Comunista devem estar atentos a isso.

As pressões que estão a ser feitas sobre alguns elementos da lista autárquica da CDU para traírem e se aliarem ao PSD, possibilitando-lhe a formação da junta são intoleráveis e um nojo moral.

São traição ideológica.

É necessário que todos os elementos da lista tenham a coragem de dizer não e corram com esses direitistas pela Serra da Agrela abaixo.

É preciso ter em atenção que o elemento da lista que se deixe convencer e vá à assembleia de freguesia viabilizar uma Junta PSD incorre em traição partidária e passará automaticamente a ser um deles. As consequências sociais de tal acto são tatuagem que fica para sempre.

A acção política local, a acção política sobre Freamunde só aos freamundenses diz respeito. Vir gente de fora da terra dar ordens e dizer o que deve ou não ser feito, é desplante a merecer chapada. Os comunistas freamundenses não fazem pactos com a direita e sabem, de consciência plena, o que é correcto e necessário para a sua terra. E o correcto e necessário para a sua terra é afastar o PSD da Junta e reabilitar a democracia. Esta é a grande tarefa que cumpre aos comunistas e a todos os democratas freamundenses.

Não há liberdade em Freamunde. O PSD impõe, através da Câmara e da Junta, um clima de medo muito próximo do vivido nos tempos do fascismo. A vingança política existe e processa-se através da vingança económica. Não se compra a comunistas, não se empregam comunistas. Isto é fascismo puro e duro! É com esta gente que os “funcionários” da CDU do Porto querem fazer alianças e, deste modo, eternizá-la no poder autárquico de Freamunde? 

Mas não são só os comunistas que sofrem a opressão política e económica, todos os outros democratas asfixiam nesta terra. Quem não for do PSD vai para o índex das pessoas proibidas. A clandestinidade e a hipocrisia já são meios de sobrevivência neste terreno adverso à pluralidade política. A interiorização do medo político é observável, com bastante nitidez, no comportamento dos freamundenses que escondem, cada vez mais, as suas opções partidárias.

Neste quadro antidemocrático tudo definha: a economia, a cultura, o lazer, o relacionamento social, o desporto não profissional, o sentido comunitário, a vontade de ser freamundense.

Não há cidade, não é possível fazer cidade.

O PSD é a falência de Freamunde, dos seus valores históricos, culturais, das suas tradições, a negação do espírito universalista e hospitaleiro do povo freamundense.

Que os “funcionários” da CDU do Porto saibam que são mal vindos a Freamunde por serem falsos comunistas, agentes secretos da direita. As suas propostas não passarão. As eleições revelaram uma maioria sociológica de esquerda. Esta verdade numérica é indesmentível. Neste quadro, as forças de esquerda apenas reclamaram uma representação proporcional aos seus votos na Junta, situação já verificada em Juntas anteriores que funcionaram sem problemas. Satisfazer o instinto ditatorial do actual presidente é submissão que jamais aceitaremos.

A saída para a crise, face à intransigência do presidente, são eleições intercalares. Qualquer traição a esta solução será julgada pelos comunistas de Freamunde.

ORM / TP 

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Comunicado do PS

O PS E A JUNTA DE FREAMUNDE

1- Após a renúncia dos mandatos de todos os eleitos do PS à Assembleia de Freguesia de Freamunde a 1 de Junho de 2010, apresenta-se uma nova realidade política nesta Cidade. O PS, com a sua demissão, garantiu as tão desejadas condições reclamadas pelo PSD para poder governar. Sozinho ou em negociação com a CDU, o PSD deve formar executivo. Não se compreende que, após três meses e meio, não seja agendada nova Assembleia de Freguesia para eleição do executivo, e reposta a tão desejada legalidade administrativa nesta Cidade.

2- A actual situação desmascara a postura do PSD na gestão em Freamunde nos últimos anos; nada fizeram pelo real desenvolvimento da cidade, e continuam a nada fazer escondidos agora na falsa justificação da ausência de tomada de posse do novo executivo da Junta.

3- A situação actual não se pode manter:
-pela impossibilidade dos freamundenses contribuírem para o processo democrático na tomada de decisão;
-pela inoperância do executivo, e a sua contribuição para a manutenção do estado letárgico de Freamunde;
-pela falha na realização das promessas eleitorais do PSD;
-pela falta de informação aos freamundenses, da situação actual e futura da cidade;
-pelo gritante desrespeito pelos cidadãos de Freamunde, até mesmo por aqueles que elegeram o PSD;
-pelo desprezo do acto eleitoral de 11 de Outubro de 2009 e pelo estado de Direito Democrático Português.

4- O PSD pretende que a situação actual se mantenha porque:
-não ó forçado a justificar-se publicamente, em Assembleia de Freguesia, pelas suas actividades em prol de Freamunde nem, como acontece actualmente, justificar-se da ausência de actividades;
-as suas decisões não têm que passar pela apreciação da oposição, em Assembleia de Freguesia;
-o executivo, apesar de actualmente se limitar a comparecer cm actos públicos c celebrações, continua a ser pago como se cumprisse integralmente com as funções que lhe são legalmente exigidas;
-qualquer realização que possa ter sido efectuada cm Freamunde, apenas aconteceu devido ao facto do executivo autárquico defender e se encontrar em total e absurda complacência com o actual estado da situação política em Freamunde;

5- A manter-se a actual situação esta será apenas e só da total responsabilidade do PSD e dos eleitos do PSD em Freamunde, principalmente do Sr. Presidente de Junta que tem o dever legal e moral de retirar Freamunde do lodaçal político em que o mesmo Presidente depositou a nossa Cidade.

6- O movimento "A Força da Mudança" da listado PS eleita à Assembleia de Freguesia de Freamunde manter-se-á atento a todos os desenvolvimentos políticos em Freamunde e tudo fará para defender os interesses dos freamundenses mesmo que para tal tenha de recorrer a todos os meios legais existentes para o efeito.
Por Freamunde Sempre.

ARMANDA FERNANDEZ
PAULO BARBOSA

3 comentários:

  1. politica caseira e foleira!

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  2. Quem é que se vai vender ao PSD da CDU?

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  3. Não é um negócio de compra e venda que está em causa. O que está em causa é a coerência política.

    É a definição da sua coerência política que a CDU tem de fazer: ou é de esquerda, ou é de direita.

    Se é de esquerda deve provocar eleições intercalares; se é de direita deve viabilizar, rapidamente, uma Junta PSD.

    É esta definição que todos esperamos, para o bem e para o mal.

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